Pedido ao Conselho Federal de Medicina: Valorize o Médico da Família!

Se existe uma especialidade marginalizada pela classe médica, esta especialidade é a do Médico da Família. E infelizmente o nosso maior conselho, Conselho Federal de Medicina – CFM, não é uma exceção.

Ao contrário da especialização de clínica média que possibilita ao médico especialista fazer posteriormente uma nova especialização nas especialidades de Cardiologia, Pneumologia, Endocrinologia e etc. a especialização de Medicina de Família não possibilita o mesmo.

E a conseqüência disso? Uma escassez de candidatos a ingressar na especialização. Para se ter uma idéia, os programas de residência dos hospitais das universidades federais de todo o país sobram vagas. Estas vagas poderiam estar sendo ocupadas por médicos que no futuro estariam mais capazes de atender a população.

Mas isso seria justo?

A resposta é não! O médico especialista em Medicina da Família é capaz de realizar o primeiro atendimento de todas as idades, inclusive faz dos trabalhadores não celetistas (sem carteira assinada) que não são amparados pela Previdência Social e Ministério do Trabalho e Emprego. A propósito, as doenças do trabalho fazem parte do conteúdo da especialização e foi brilhantemente abordado no premiado Tratado de Medicina de família e Comunidade.

Além disso, o médico da família é capacitado em realizar os exames preventivo, pré-natal e puericultura.

Infelizmente a especialidade só ganhou destaque (infelizmente negativo), devido a atitude eleitoreira do governo de trazer especialistas de Cuba na área sem terem passado pelo processo de revalidação de diploma.

Não concordo com a atitude governista, mas é verdadeira a afirmação de que faltam médicos da família. E esta escassez deve-se muito a postura discriminatória do órgão maior da profissão médica, o Conselho Federal de Medicina.

Torno pública a minha carta ao CFM:

Assunto: Medicina de Família

Solicitação: Gostaria de saber porque o CFM não valoriza o médico da família. Qual o motivo de a especialização de medicina de família não ser suficiente de servir como pré-requisito para as especialidades clínicas (cardiologia, endocrinologia, pneumologia…) ?

O CFM realmente acredita que o médico que faz o 1º atendimento de todas as idades, capacitado a realizar preventivo, pré-natal e puericultura tem uma formação inferior ao especialista em clínica médica ? Qual é o motivo da discriminação?

Agradeço a atenção.
Jutificativa: Realizei esta pergunta há 2 anos atrás e não fui respondido pelo CFM. Desta vez gostaria de o CFM fizesse a gentileza de me responder.