Cerca de 30 doenças fazem parte do grupo DORT

“As lesões por Esforço Repetitivo (LER) e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (Dort) representam um grave problema de saúde pública e devem ser prevenidos”.

 O alerta é da diretora do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Gardênia Santana.

De acordo com a diretora, a LER/ Dort engloba cerca de 30 doenças, a exemplo de tendinite, fibromialgia e bursite.

 “As dores provocadas pelas doenças podem ser incapacitantes, afastando o profissional do trabalho, causando grandes prejuízos sociais e econômicos”

Gardênia Santana.

Vale a pena ressaltar que:

(…) DORT não é um diagnóstico, mas um grupo heterogêneo de agravos que acometem o aparelho locomotor do ponto de vista ortopédico e/ou neurológico e que guarda uma característica em comum: é relacionado ao trabalho.

Proclim Ciclo 10, volume 3 – autores: GISELE MUSSI, ROGÉRIO MUNIZ DE ANDRADE e EDUARDO COSTA SA

Entre as causas das Dort estão as condições inadequadas de trabalho, o excesso de carga horária e até o estresse. 

A diretora salientou que o diagnóstico deve ser acompanhado de uma anamnese, ou exames específicos para definir o nexo causal do problema.

 “É muito comum o paciente receber um diagnóstico de tendinite sem que a causa seja estabelecida, o que acarretará no retorno do problema”, alertou Gardênia.

A diretora ressaltou, ainda, que durante a ação, os trabalhadores serão informados sobre os Dort, destacando a importância da prevenção e conscientização sobre a dimensão do problema e como evitá-lo.

 Entre as características das Dort ressaltadas pela diretora estão dores nas articulações, parestesia, sensação de peso, fadiga, entre outras.

Gardênia Santana destacou que os sintomas geralmente aparecem nos membros superiores. 

“Os problemas geralmente aparecem decorrentes da utilização excessiva do sistema musculoesquelético e da falta de tempo de recuperação. Por isso, é importante que os trabalhadores aprendam a técnica e postura correta para prevenir doenças relacionadas ao trabalho”

Gardênia Santana

Entre as ações para prevenção, destacam-se a posição correta dos móveis, ginástica laboral e o encaminhamento dos pacientes para o médico do trabalho por parte dos gestores públicos e privados. 

A diretora lembrou que o conhecimento é a principal arma contra o avanço dos problemas ligados a LER/Dort.

“A recuperação é demorada e pode envolver fisioterapia, medicamentos e ainda intervenções cirúrgicas”

Gardênia Santana

Gardênia Santana lembra ainda, que a mudança de hábitos é o melhor remédio para a prevenção.

Constatação

A cabelereira Maria Dantas, de 45 anos, que recebe acompanhamento do Cerest, relata que há dez anos convive com dores ligadas a LER/Dort. 

“Fui diagnosticada com tendinite nos pulsos, joelhos, hérnia de disco e fibromialgia e sinto dores que dificultam o meu trabalho e minha vida pessoal”

Declarou Maria.

Maria alerta que o seu caso é comum e que todos devem levar a sério a prevenção para evitar sequelas no futuro. 

A cabelereira ressaltou que trabalhadores e empresários devem ter a consciência para criar um ambiente favorável ao trabalho. 

“A saúde é o nosso bem mais precioso e devemos sempre zelar por ela”

Enfatizou Maria.

Gardênia Santana salientou que as LER/Dort são tratáveis e que o diagnóstico precoce é essencial para evitar o agravamento do quadro clínico do paciente. 

“Por isso os trabalhadores devem sempre procurar ajuda médica assim que os sintomas surgirem”.

Maria Dantas


Veja a lista completa: http://www.anamt.org.br/site/noticias.aspx

Reportagem publicada no site da ANAMT

Fonte: Revista Proteção


Ortopedista destaca cuidados no dia a dia para prevenir as DORTs

O Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into) chama a atenção para os cuidados no dia a dia para evitar danos aos tendões e aos músculos causados pela sobrecarga e pelo estresse no trabalho, as DORTs (Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho).

O operador de telemarketing, o bancário, a secretária e o auxiliar de escritório são algumas das profissões que mais apresentam o problema.

As lesões mais comuns são as tendinites de punho e ombro e a epicondilite de cotovelo, que estão diretamente relacionadas ao uso de computadores. Há ainda casos de pessoas que apresentam bursite na região dos quadris. No lazer, as inflamações costumam ocorrer pela prática esportiva, como o tênis.

O ortopedista e médico do trabalho, Eduardo Branco, explica que, na maioria dos casos, a pessoa tem uma postura inadequada e não faz a pausa necessária para descansar e se recuperar da lesão ainda no início.

“O profissional deve descansar, pelo menos, por dez minutos a cada 50 de atividade laborativa. Com o repouso adequado, o músculo e o tendão descansam e a pessoa se sente melhor, evitando o agravamento do problema.”

Eduardo Branco – Ortopedista e Médico do Trabalho

De acordo com o médico, o profissional também deve ficar atento se a cadeira, a mesa e o monitor do computador estão na altura adequada. Devem fazer uso de banco ou escada para subir em locais mais altos para acessar prateleiras, evitando o esforço postural, além de controlar o lado emocional devido à pressão e ao estresse do trabalho que contribuem também para o surgimento das  DORTs.

A lesão começa com dor gradativa e desconforto, podendo afetar ainda na alteração de humor e no resultado da produção do trabalho. A cirurgia nesses casos é um tratamento de exceção. O médico recomenda identificar o fator agressor e fazer a correção postural e a readaptação ao posto de trabalho, evitando a monotonia da repetição.

“O repouso é muito importante, assim como alongar o membro e fazer movimentos mais lentos para ativar a circulação. No momento de crise, a compressa de gelo ajuda. Em todo caso, é importante procurar o médico para que ele avalie o paciente e indique analgésicos e anti-inflamatórios eficazes”

Eduardo Branco – Ortopedista e Médico do Trabalho

Fonte: Portal Brasil

The Most Common Injuries And Causes Of Accidents At Work

People working in different types of job obviously face a range of different hazards.

For example, an office worker is much less at risk from burns than a chef – but there are a range of common accidents and injuries which occur across all occupational sectors – and trips/slips and falls invariably top the league.

In 2007/08, these accounted for almost four out of every 10 major workplace injuries. Other national statistics for the same year show that the most common ‘over-three-day injury’ was caused by handling, lifting or carrying

A total of 34 million work days were lost because of workplace-related accident or illness. Of these, 6 million were due to injuries within the workplace while 28 million were ‘work-related’ ill health days

A total of 229 people were killed at work and although this equates to just 0.8 per 100,000 workers, it is still a lot of lives lost.(Long term, death rates have fallen, but the fatality figures have changed very little over the past six years)

The most commonly cited workplace hazards involved in accidents/illness were manual handling, sitting for long periods and the handling of harmful substances

More than 2 million people believed that their current or previous type of work had caused them to suffer an illness or made a previous illness worse.

Overall, the three most common types of accident/injury were:

1º Trips/slips or falls

2º Electrical incidents

3º Manual handling/lifting

Some of the most common injuries were:

Sprains and strains
Back injury
Head injury
Neck injury
Repetitive Strain Injury
Other less common injuries/illnesses in the workplace include occupational asthma, deafness, vibration white finger and dermatitis.

(Vibration white finger can cause the fingers to tingle, become numb or make it difficult to grip. The damage is usually irreversible and usually caused by excessive hand/ arm vibration.)

Business Sectors

Agriculture tops the table when comparing accident figures between different business sectors with 2240 injuries per 100,000 workers, followed by Construction (1550) and Transport (1350).

Sectors reporting the lowest injury rates were Finance (310) and Education with 610 per 100,000 workers.

Fatal Accidents

In 1999/2000, there were 117.3 reported ‘fatal and major injuries’ nationwide per 100,000 employees and although there was a blip between 2003-2005, this has continued to reduce and in 2007/08, it had dropped to 106.6.
Figures collected from 1996 – 2008 show that almost every year, the most common cause of fatal injuries was falling from a height. This was followed by transport accidents (which include being hit by a vehicle or falling from a vehicle.)

However, hundreds of people also died after being struck by a moving or falling object or being trapped by something falling or collapsing.

The type of vehicles involved in injury accidents over this 12 year period included cars, trucks and vans – but the highest level of injuries were related to fork-lift truck accidents.

There are an average of 1500 injury accidents involving fork lift trucks every year – and research suggests that a high percentage of these are due to lack of training for fork lift truck drivers or poor maintenance of the truck.

Most Common Risks

Overall, slips/trips and falls or damage caused by manual handling/lifting remain the main culprits of injury in the workplace.

The good news is that the government has set targets under the Revitalising Health and Safety initiative to reduce injuries and latest available figures show that the rate of both fatal and over-three-day accidents in the UK is substantially lower than in most other EU countries apart from Sweden and Ireland.

Article published on the site: workplace Safety advice

Link: http://www.workplacesafetyadvice.co.uk/common-injuriescauses-accidents-work.html

Wear a helmet

Pesquisadores da Fundacentro alertam! “Banalizar a LER/Dort é muito grave (…)”

Esse tipo de adoecimento está ligado à produção e às condições físico-materiais do posto de trabalho.

Dia 28 de fevereiro, Dia Internacional de Prevenção às Lesões por Esforços Repetitivos

Após 11 anos desossando coxas, Valdirene Gonçalves da Silva não aguentou mais. Sempre muito dedicada a sua atividade, o processo de adoecimento foi evoluindo sem que ela pudesse modificar o seu ritmo de trabalho e o número de horas dedicado por dia à tarefa em que se especializara. Canhota, sofria com uma rotina de dor e cãibras, mas, na empresa, não acreditavam em sua dor. Por muito tempo, ela tentou superá-la e manter o ritmo intenso de trabalho. Toda manhã seu marido puxava e esticava seu braço, depois abria sua mão para que ela pudesse fazer seu trabalho no frigorífico, até que chegou o dia em que não conseguiu abrir mais os dedos: os nervos de seu braço esquerdo atrofiaram.

Vítima de LER/Dort ( Distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho), seu caso se tornou conhecido ao ser apresentado no documentário Carne e Osso.

Observações:

O popular termo LER (lesões por esforços repetitivos  foi a tradução brasileira do termo americano repetitive strain disorders. O  problema é que o termo não se mostra totalmente adequado, pois nem sempre existe lesão tecidual demonstrada, bem como esforço e repetição não constituem causas necessárias ou obrigatórias para o surgimento dessas afecções.

Dort não é um diagnóstico, mas um grupo heterogêneo de agravos que acometem o aparelho locomotor do ponto de vista ortopédico e / ou neurológico e que guarda uma característica comum: é relacionado ao trabalho 

Principais doenças do grupo das DORT: Dorsalgias, Lesões de Ombro, Sinovites, Mononeuropatias dos membros superiores e Outras Entesopatias.

Trechos retirados do livro Proclim Ciclo 10, Volume 3, p43. Autores Gisele Mussi, Rogério Muniz de Andrade e Eduardo Costa Sá

Neste 28 de fevereiro, Dia Internacional de Prevenção às Lesões por Esforços Repetitivos, a história de Valdirene serve mais uma vez de alerta sobre esse adoecimento ligado à organização do trabalho, com seu ritmo intenso, sem pausas, com metas abusivas. Infelizmente não se trata de um caso isolado. A Pesquisa Nacional de Saúde 2013, realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), aponta que 2,4% dos entrevistados referiram diagnóstico médico de LER/Dort. Considerando o universo de 146,3 milhões de pessoas com mais de 18 anos representado pela pesquisa, estima-se que cerca de 3,5 milhões de pessoas têm ou já tiveram essa doença diagnosticada.

Segundo dados da Previdência Social, em 2006, somente 19.956 benefícios acidentários foram concedidos para pessoas com doenças do sistema osteomolecular e do tecido conjuntivo. Em 2007, esse número subiu para 98.415, passando para 117.353 em 2008. O aumento ocorreu devido à adoção do critério epidemiológico para a caracterização do nexo causal entre a doença e o trabalho, o chamado Nexo Técnico Epidemiológico – NTEP.

“Com a implementação do NTEP, as estatísticas da Previdência Social retrataram a situação sobre a qual se tinha conhecimento, mas não se tinha registro em nível nacional. Houve um grande aumento do reconhecimento do caráter ocupacional para determinados tipos de adoecimento, entre os quais aqueles relacionados às LER/Dort, o que mostra a importância do conceito epidemiológico para o estabelecimento do nexo causal entre uma doença e o trabalho”

Maria Maeno – Pesquisadora da Fundacentro

A partir de 2009, observa-se uma tendência de queda na concessão de benefícios acidentários ligados às doenças do sistema osteomolecular e do tecido conjuntivo. Em 2013, foram concedidos 76.400. Na avaliação da profissional, essa tendência merece uma investigação.

“Devemos estudar se houve queda real de ocorrência das LER/Dort no país, diminuição do acesso dos segurados aos benefícios ou um aumento da subnotificação do caráter ocupacional. Em alguns ramos econômicos, como no caso dos bancos, embora as LER/Dort sejam ainda importantes, houve diminuição de postos de trabalho com exigências de movimentos repetitivos, concomitantemente ao aumento da pressão por alcance de metas crescentes, o que resulta em aumento de outras manifestações de adoecimento, como os transtornos psíquicos”

Maria Maeno – Pesquisadora da Fundacentro

Já os dados de acidentes do trabalho do Anuário Estatístico da Previdência Social de 2013 apontam a ocorrência de 101.814 casos de lesões e doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo. Esses dados incluem acidentes sem CAT (Comunicado de Acidente de Trabalho) registrada e utiliza os códigos da Classificação Internacional de Doenças – CID.

Outra questão a ser avaliada é o impacto da Medida Provisória 664 sobre os pacientes com LER/Dort. O trabalhador passa a ter direito ao auxílio doença a partir do trigésimo primeiro dia do afastamento da atividade. Os primeiros trinta dias serão pagos pela empresa.

“Trabalhadores com doenças crônicas que, nos momentos de crise precisam de 20, 25 dias de afastamento não serão computados pela Previdência Social”

Maria Maeno – Pesquisadora da Fundacentro

Assim elas não seriam incluídas como doenças ocupacionais pelo INSS, o que pode levar à diminuição do FAP (Fator Acidentário de Prevenção) de cada empresa, à diminuição das alíquotas do RAT (Riscos Ambientais do Trabalho) do ramo econômico e das ações regressivas contra as empresas que causam adoecimentos.

“Também a terceirização das perícias, que poderão ser realizadas por médicos contratados pelas empresas, mediante convênio com o INSS, poderá ser mais um elemento de contribuição à subnotificação de doenças ocupacionais, entre as quais, as LER/Dort”

Maria Maeno – Pesquisadora da Fundacentro

Doença Invisível

Para a pesquisadora da Fundacentro, Thaís Barreira, a LER/Dort tem sido naturalizada. Nos anos 1990, havia campanhas sindicais e uma preocupação em mostrar que esse processo de adoecimento poderia ser interrompido precocemente.

Os trabalhadores eram alertados para reconhecer os sintomas que afetavam, principalmente, os membros superiores (mãos, punhos, braços, antebraços, ombros e coluna cervical), como fadiga muscular, alteração da sensibilidade, sensação de peso, perda de controle de movimentos, dificuldade para encostar a ponta de um dedo em outra ponta, formigamento e dor.

“Temos que ter atenção para receber as pessoas em seus primeiros estágios para que o adoecimento não se torne irreversível”

Thaís Barreira – Pesquisadora da Fundacentro

Já a tecnologista da Fundacentro Baixada Santista, Juliana Oliveira, destaca os aspectos sociais da LER/Dort:

“É uma doença invisível”

“Vamos distribuir um kit com publicações da Fundacentro e fazer uma discussão para que eles repliquem essa conscientização entre seus sindicatos e percebam a presença da LER/Dort em sua categoria”

 Juliana Oliveira – Tecnologista da Fundacentro

Invisibilidade e naturalização andam lado a lado.

“Banalizar a LER/Dort é muito grave. Está se naturalizando a doença como se a sociedade, trabalhadores e empresas nada podem fazer para se contrapor intervindo nas condições de trabalho adoecedoras”

Thaís Barreira – Pesquisadora da Fundacentro

Esse tipo de adoecimento está ligado à produção e às condições físico-materiais do posto de trabalho.

“Mas se as melhorias materiais em instrumentos, ferramentas e postos de trabalho são insuficientes, ainda não vemos qualquer mudança na organização do trabalho, na pressão por metas de produção que acarretam sobrecarga muscular, fator do trabalho abordado na revisão da NR 17 em 1990, e que perpetua a intensificação do trabalho”

Pesquisadora da Fundacentro

Há assim uma disseminação em todas as categorias que têm um trabalho manual intensivo, abrangendo trabalhadores do comércio, de telemarketing, de frigoríficos, da indústria da alimentação, de calçados, bancários, jornalistas, entre outros. Mesmo trabalhadores autônomos que trabalham em casa e intensificam o ritmo para receber uma remuneração melhor são atingidos, desde jornalista freelancer à terceirização em indústrias de calçado e vestuário.

“A pesquisa técnica já demonstrou as fontes que geram o problema. É necessário voltar-se para o aspecto político e mobilizar os atores sociais para uma possibilidade real de prevenção”

Thaís Barreira – Pesquisadora da Fundacentro

Acredita Thaís Barreira, que participou do processo de construção da NR-36, norma regulamentadora voltada para os trabalhadores de frigoríficos. A NR abordou questões como a necessidade de pausas no trabalho. Outra norma referência para LER/Dort é a NR 17 sobre ergonomia e seus anexos I (operadores de checkout) e II (teleatendimento e telemarketing).

“A forma de organização tem que ser considerada, mas tem ficado evidente que isso é letra morta. O problema ainda existe em proporções exageradas. As pessoas se sentem impotentes para mudar situações adoecedoras”

Thaís Barreira – Pesquisadora da Fundacentro

Veja mais conteúdos sobre LER/Dort no site da Fundacentro através deste link: http://www.fundacentro.gov.br/noticias/detalhe-da-noticia/2015/2/casos-de-lerdort-ainda-preocupam

Fonte: Fundacentro

Publicado no site da ANAMT – http://www.anamt.org.br/site/noticias_detalhes.aspx?notid=3083

Comentários: Gustavo Coutinho Bacellar