Medidas Preventivas contra a Morte Precoce

Boa Noite Amigos,

Mais uma vez eu, o Sr. Segurança está marcando presença para dar algumas dicas  a vocês!

Desta vez não vou abordar uma profissão específica. Nesta matéria será abordado de maneira resumida, algumas orientações que podem ser úteis não somente para as empresas, mas também para praticamente todos os brasileiros.

Um ponto comum entre todos os profissionais que participam do SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho)  das empresas é atuar de maneira preventiva mediante as causas que podem levar a morte por causas não naturais na empresa (Morte Precoce).

Atenção! Nesta matéria qualifico como morte precoce aquela que ocorre antes da expectativa de vida da pessoa. Evitável! Não é a definição cientificamente apropriada! Mas capaz de causar um fácil entendimento para uma maior variedade de pessoas!

Para isso vamos utilizar como referência a recomendação da tabela da USPSTF presente no livro Casos Clínicos em Medicina Interna 4ª Edição  ( ver tabela no final do texto).

Esta tabela indica as principais causas de morte por faixa etária na população brasileira.

Desta maneira, é importante que gestores, o SESMT, trabalhadores, pais se preocupem sempre:

Acidentes Automobilísticos

Recomendar o trabalhador o uso do transporte oferecido pela empresa – (Lembrem-se, Acidente de trajeto = Acidente de Trabalho!). Segundo dados do Detran, uma pessoa que faz uso de motocicleta e bicicleta tem 300x mais chances de se envolver em um acidente fatal que um motorista de automóvel. De acordo com o Ministério da Saúde foram registrados somente no ano de 2011,o assustador número de 11.268 mortes por usuários de motos.

É altamente recomendado às empresas o desestímulo por parte dos trabalhadores, ao uso deste meio de transporte!

Se você acha que estou exagerando? Que tal navegar nesta página abaixo?

http://g1.globo.com/carros/motos/noticia/2013/06/numero-de-mortes-em-acidente-com-moto-sobe-2635-em-10-anos.html

Homicídio e Suicídio

É importante que a empresa tenha atenção especial com a saúde mental de seus trabalhadores. O uso de drogas ilícitas e lícitas está diretamente ligado com acidentes fatais, especialmente nos trabalhos em altura e veículos motorizados (caminhoneiros).

A empresa deve promover segurança aos trabalhadores, mesmo que para isso deva impedi-lo de seus próprios atos inseguros e invadir certa privacidade. Vidas humanas não tem preço.

É importante uma boa gestão da aclimatação dos grupos de trabalhadores. Conflitos verbais e físicos devem ser desestimulados e punidos exemplarmente. O excesso de competitividade deve ser desestimulado e prejudica a produção a médio e longo prazo. E o trabalho em equipe deve ser sempre valorizado.

Juntos somos mais fortes e podemos mais!

Doenças Cardiovasculares

Hoje sabemos que a obesidade é um potencial fator de risco para mais de 100 doenças. Entre elas a Hipertensão que é fator de risco para todas as doenças do coração e Diabetes Mellitus que quando presente no trabalhador com pressão arterial acima do normal (Maior ou igual a 140/90mmHg) já a torna uma Hipertensão Arterial Grave. Com um potencial risco de complicações no futuro.

É recomendado, para todos os trabalhadores, a aferição da pressão arterial periodicamente em uma unidade de saúde mais próxima (não somente nos exames periódicos na empresa). Muitos médicos nestas unidades irão solicitar “exames rotina” anualmente , destes é bem possível que estejam presentes os exames de glicemia em jejum, colesterol (colesterol total, triglicerídeos, HDL e LDL) justamente para descartar estas patologias citadas acima que são potenciais fatores de risco para doenças graves como Infarto, Aterosclerose, Insuficiência Renal.

Fique atento com a sua saúde trabalhador! Vá a unidade básica mais próxima para checar sua pressão arterial e ao menos uma vez no ano, faça uma consulta de rotina. Não deixe pra procurar o médico somente quando está passando mal!

Câncer

Em se tratando dos riscos presentes no ambiente de trabalho, a Higiene Ocupacional é sempre soberana. Os limites de tolerância estabelecidos pela legislação e literatura internacional devem ser sempre cumpridos de maneira a evitar a médio e longo prazo a ocorrência de câncer.

Mas além das causas de câncer com nexo epidemiológico, existem aquelas causadas por outros fatores não ligados ao trabalho. Quanto mais rápido o diagnóstico, mais eficaz será o tratamento do trabalhador.

Podem fazer parte do programa de promoção da saúde do trabalhador nas empresas a solicitação dos seguintes exames de rastreamento:

Entre 40 – 64 anos:

  • Esfregaço de Papanicolau anual e Mamografia Bianual– Rastreamento de Câncer de Colo de Útero e Câncer de Mama nas Mulheres;
  • Pesquisa de Sangue Oculto nas fezes (Aos 50 anos);
  • Sigmoidoscopia flexível a cada 5 anos ou colonoscopia a cada 10 anos.

65 anos ou mais:

  • Exame de fezes anual para sangue oculto;
  • Sigmoidoscopia flexível a cada 5 anos ou colonoscopia a cada 10 anos;
  • Mamografia bianual.Uma boa noite a todos e até a próxima pessoal!

RECOMENDAÇÃO DA USPSTF

 
Faixa Etária 13 – 18 anos 19 – 39 anos 40 – 64 anos 65 anos ou +
         
Principais Causas de mortalidade 1º.  Acidentes com veículos motorizados

2º.  Homicídio;

3º.  Suicídio

1º.  Acidentes com veículos motorizados

2º.  Câncer;

3º.  Suicídio

 

1º.  Câncer;

2º.  Doença Cardiovascular;

3º.  Acidentes.

1º.  Doença Cardiovascular;

2º.  Câncer;

3º.  Doença Cerebrovascular.

Sinait denuncia: Faltam auditores fiscais do trabalho!

Do que adianta reformular as NRs sem haver fiscalização ?

“Prepare-se para ler uma visão crítica real da condição da SST brasileira. Aproveite, porque não verá isso nos congressos de Medicina do Trabalho e nos cursos de especialização Brasil afora”

Gustavo Coutinho Bacellar – Médico do Trabalho

Brasília/DF – O Sinait denuncia à sociedade, aos trabalhadores e às autoridades que as medidas anunciadas pelo Ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, para combater a sonegação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS e a informalidade no mercado de trabalho, somente terão êxito se o governo federal tomar, urgentemente, medidas para fortalecer o Ministério do Trabalho e Emprego – MTE. Não há fiscalização sem fiscais.

Atualmente, pouco mais de 2.600 Auditores-Fiscais do Trabalho estão em atividade no país. (O ideal seriam 9000 para atender a demanda brasileira 😱😱😱😱)

A carreira Auditoria-Fiscal do Trabalho tem 3.644 cargos criados por lei e 1.000 cargos estão vagos. Cerca de 500 Auditores já têm condições de se aposentar ou vão adquirir as condições nos próximos meses, reduzindo ainda mais o quadro.

Há pedidos de realização de concurso público no Ministério do Planejamento, mas, até o momento, não há qualquer sinalização de que será autorizado.

A irresponsabilidade de deixar que a situação chegasse a esse ponto é do governo federal. Os prejuízos são grandes e se agravam. A categoria já não consegue mais alcançar as metas colocadas pela Administração, cada vez mais exigentes, em contraponto com o número de Auditores-Fiscais que cai dia a dia. O desequilíbrio é gritante.

Auditores-Fiscais do Trabalho são os servidores públicos de carreira do Ministério do Trabalho e Emprego responsáveis por fiscalizar o cumprimento da legislação trabalhista – assinatura da Carteira de Trabalho, regularidade de contratos de trabalho nas modalidades de terceirização e temporário, depósito e lançamento do FGTS, do descanso remunerado, do 13º salário, férias, horas extras, verificação da jornada de trabalho, entre outras – e das normas de segurança e saúde no trabalho – especialmente para evitar acidentes de trabalho e adoecimentos – combater o trabalho escravo e infantil, incluir pessoas com deficiência no mercado de trabalho, garantir que as empresas contratem aprendizes, mediar conflitos entre trabalhadores e empregadores, verificar se os acordos e convenções coletivas de trabalho, tratados internacionais como as Convenções da OIT, estão sendo respeitados, entre outras atribuições.

Acidentes de trabalho – mais de 700 mil por ano, segundo a Previdência Social – se sucedem a cada minuto, com mortes, mutilações, incapacidades, gerando benefícios que oneram o governo, as empresas e a sociedade. (O Brasil hoje está um3º lugar em número de acidentes do trabalho😭😭😭😭)

Sem Auditores-Fiscais em número suficiente, a proteção e a prevenção ficam comprometidas.

( Não adianta nossos amados experts irem em congresso defender atualização de NR com o quadro como está! Com estas atualizações, as empresas grandes que sempre cumpriram as normas, continuarão cumprindo e as negligentes (maioria médias e pequenas) continuarão nem sabendo oque são as NRs. Precisamos de pressão política, não de pareceres técnicos! Isso é oque acontece com o país, onde as pessoas de bem se afastam da política. 😡😡😡😡)

Milhões de crianças trabalham sem que a fiscalização consiga alcançá-las para resgatar o direito à infância. Milhares de trabalhadores ainda estão escravizados ( E com parecer favorável do STF!), em condições indignas de trabalho, pois as equipes do Grupo Especial de Fiscalização Móvel, que já chegaram a nove, hoje são apenas quatro e não conseguem atender à demanda.

A sonegação ao FGTS é grande e não há Auditores-Fiscais suficientes para fiscalizar todas as empresas inadimplentes e fraudulentas.

O número de trabalhadores sem Carteira de Trabalho assinada dentro das empresas ou na total informalidade, fazendo bicos, à margem dos direitos sociais, é enorme, e se projeta diretamente sobre a arrecadação do FGTS e da Previdência Social. Localizá-los e reverter a situação só é possível com uma fiscalização eficiente e presente nos locais de trabalho.

A chamada “fiscalização eletrônica”, e-social,anunciada como principal instrumento para concretizar as ações e alcançar os resultados pretendidos pelo governo, nada mais representa do que ferramentas que possibilitam o cruzamento de dados e permitem a coleta de indícios de onde estão os fraudadores, facilitam e orientam o trabalho dos Auditores-Fiscais que vão às empresas e lá, somente lá, desvendam e comprovam as irregularidades, os abusos contra os trabalhadores, o descumprimento às leis.

A primeira medida a ser anunciada pelo governo, imediata, urgente, caso queira alcançar o sucesso do pacote anunciado, é a realização de concurso público para a completa recomposição do quadro da carreira Auditoria-Fiscal do Trabalho.

Uma política definida nesse sentido é necessária diante da iminente aposentadoria de centenas de Auditores-Fiscais neste e nos próximos anos. É preciso também tomar a iniciativa de ampliar o quadro da carreira, extremamente defasado em relação à realidade econômica do Brasil.

A mesma providência deve ser tomada em relação aos Servidores Administrativos da Pasta, cujo quadro e condições de salário e trabalho são das piores entre todos os ministérios do governo federal.

Os aprovados nos últimos concursos públicos, desestimulados, já migraram para outros órgãos ou para a iniciativa privada, tornando crônico o déficit de servidores. A rotatividade de trabalhadores prejudica a continuidade dos serviços e fragiliza as áreas de apoio à fiscalização e atendimento ao público.

De forma generalizada, as condições das unidades do Ministério do Trabalho e Emprego em todo o país são péssimas. Algumas apresentam riscos para os servidores e para o público, sendo necessário que os Auditores-Fiscais tomem a iniciativa de interditá-las para evitar acidentes e tragédias.

O sucateamento tecnológico da Pasta é vergonhoso e contrasta com o avanço das empresas fiscalizadas, o que afeta o resultado das ações fiscais. Auditores-Fiscais, frequentemente, utilizam recursos próprios, como notebooks particulares, e desenvolvem por iniciativas individuais ferramentas para facilitar, agilizar e dar mais eficiência ao trabalho. A interação entre diversos órgãos e instituições no sentido de compartilhar dados e informações para melhorar a eficiência da fiscalização anda a passos lentos.

Enfim, a lógica de “fazer mais com menos” chegou ao limite e esgotou-se. Por mais esforço que os Auditores-Fiscais façam no quotidiano, acumulando funções e desdobrando-se para cumprir metas, é impossível manter a produtividade ou absorver novas atribuições com o quadro atual.

A proteção dos trabalhadores corre sérios riscos. O Sinait denuncia o colapso há muito tempo e só o governo parece não perceber a situação. Os Auditores-Fiscais do Trabalho, que sempre estiveram ao lado dos trabalhadores, necessitam, agora, que a sociedade se coloque em sua defesa, para que esta força que promove equilíbrio nas relações de trabalho continue desempenhando com dignidade sua missão.

Rosa Maria Campos Jorge
Presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho – Sinait

Fonte: Sinait

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Pedido ao Conselho Federal de Medicina: Valorize o Médico da Família!

Se existe uma especialidade marginalizada pela classe médica, esta especialidade é a do Médico da Família. E infelizmente o nosso maior conselho, Conselho Federal de Medicina – CFM, não é uma exceção.

Ao contrário da especialização de clínica média que possibilita ao médico especialista fazer posteriormente uma nova especialização nas especialidades de Cardiologia, Pneumologia, Endocrinologia e etc. a especialização de Medicina de Família não possibilita o mesmo.

E a conseqüência disso? Uma escassez de candidatos a ingressar na especialização. Para se ter uma idéia, os programas de residência dos hospitais das universidades federais de todo o país sobram vagas. Estas vagas poderiam estar sendo ocupadas por médicos que no futuro estariam mais capazes de atender a população.

Mas isso seria justo?

A resposta é não! O médico especialista em Medicina da Família é capaz de realizar o primeiro atendimento de todas as idades, inclusive faz dos trabalhadores não celetistas (sem carteira assinada) que não são amparados pela Previdência Social e Ministério do Trabalho e Emprego. A propósito, as doenças do trabalho fazem parte do conteúdo da especialização e foi brilhantemente abordado no premiado Tratado de Medicina de família e Comunidade.

Além disso, o médico da família é capacitado em realizar os exames preventivo, pré-natal e puericultura.

Infelizmente a especialidade só ganhou destaque (infelizmente negativo), devido a atitude eleitoreira do governo de trazer especialistas de Cuba na área sem terem passado pelo processo de revalidação de diploma.

Não concordo com a atitude governista, mas é verdadeira a afirmação de que faltam médicos da família. E esta escassez deve-se muito a postura discriminatória do órgão maior da profissão médica, o Conselho Federal de Medicina.

Torno pública a minha carta ao CFM:

Assunto: Medicina de Família

Solicitação: Gostaria de saber porque o CFM não valoriza o médico da família. Qual o motivo de a especialização de medicina de família não ser suficiente de servir como pré-requisito para as especialidades clínicas (cardiologia, endocrinologia, pneumologia…) ?

O CFM realmente acredita que o médico que faz o 1º atendimento de todas as idades, capacitado a realizar preventivo, pré-natal e puericultura tem uma formação inferior ao especialista em clínica médica ? Qual é o motivo da discriminação?

Agradeço a atenção.
Jutificativa: Realizei esta pergunta há 2 anos atrás e não fui respondido pelo CFM. Desta vez gostaria de o CFM fizesse a gentileza de me responder.